Depressão Pós-Parto: Você não está sozinha

Eu tinha medo da depressão pós-parto antes de engravidar, o motivo é o mais triste que vocês possam imaginar: eu perdi a minha mãe para a depressão. Eu tinha 4 anos e a minha irmã 1 ano e ela ainda mamava no peito. A depressão da minha mãe só veio à tona depois de 1 ano do nascimento da minha irmã.

Quando engravidei, o medo cresceu ainda mais. Eu me sentia impotente na gravidez, com os episódios de pressão baixa que sofri. Não conseguia trabalhar, nem sair sozinha. Mas eu não dividia essas minhas frustrações com ninguém!

Minha filha nasceu, e nunca me senti tão feliz e desamparada ao mesmo. Quando cheguei em casa foi o caos. Eu me sentia sozinha, não tinha a minha mãe – como todas as minhas amigas tinham – pra ajudar no primeiro mês!

Eu tinha mais medo, me sentia mais incapaz, tanto choro em silêncio. Mas eu também era feliz, feliz demais. E não sabia que essa oscilação de humor era característica de depressão pós-parto.

Eu tinha visões horríveis comigo mesma, por muitas vezes olhava para a janela e via a pior cena que já vi na vida: eu estava jogando a minha filha pela janela!

Chupeta sobre um bebê recém nascido
A depressão pós-parto é uma condição séria que afeta algumas mulheres após o parto, manifestando-se por sentimentos intensos de tristeza, ansiedade e exaustão.

Delírios cruéis, que me traziam mais medos. E, na época, nunca falei isso pra ninguém. Todas as vezes que essa cena se repetia, eu só conseguia ficar deitada, sem comer, sem pentear o cabelo, e banho eu só tomava por causa da cesárea.

Essa fase obscura durou mais ou menos três longas e intermináveis semanas. Acho que só consegui sair dessa porque tive a sorte de ter pessoas ao meu redor que notaram o meu comportamento.

As minhas amigas faziam rodízio pra ficarem na minha casa e não nos deixarem sozinhas até que meu marido chegasse, eu ia dormir na casa do meu pai pra não ficar sozinha.

Eles: amigas, marido, pai e irmã que me ajudaram a sair desse precipício que é a depressão! 

Não fiz tratamento médico, mas comecei a falar um pouco mais de mim e melhorar. Meu foco era na minha filha, eu não podia permitir que ela também crescesse sem uma mãe, afinal, eu senti na pele a falta que a minha fez.

A primeira vez que tive coragem de falar sobre isso foi em um treinamento do meu novo trabalho da época (1 ano e 3 meses depois do nascimento da minha filha). Pensei que estava “curada”. 

Eu estava super empolgada com essa nova jornada, conciliar a vida profissional e maternidade e viver essa nova etapa que a vida estava me oferecendo!

Cerca de um mês depois desse meu primeiro desabafo, passei por uma crise que jamais havia passado antes.

No dia da inauguração do projeto, eu simplesmente não conseguia entrar no local da inauguração. Chorei por quase 2 horas, meus braços ficavam dormentes e a visão, totalmente escura. Me tranquei na cabine do banheiro por cerca de 40 minutos e lá fiquei, sozinha até conseguir mandar um WhatsApp pro meu marido. Eu não conseguia sair dali.

Depois disso, eu procurei tratamento. Meu marido já insistia nisso e eu sempre colocava empecilhos, dentre eles a famosa falta de grana. Descobrimos que no Rio de Janeiro, além das universidades de psicologia que oferecem tratamento por um valor simbólico, existe o Instituto Freud, que fica na Lagoa, e tem profissionais associados que atendem por valores negociáveis.

É só ir até lá, responder a um pequeno questionário e um profissional da área te liga pra marcar a primeira consulta, onde você se apresenta e então discutem valores e condições!  

Hoje eu sei que não precisava ter passado sozinha por isso, e você também não!

Aliás, se quiser me mandar um direct no Instagram (@_carolzinha) vou amar conversar com você!

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